Ourinhos possui características que fazem parte de vários municípios da “zona pioneira”. Esta fase econômica se iniciou com o avanço do café para as novas terras de florestas derrubadas, na região às margens do Rio Paranapanema, pouco conhecidas entre o final do século XIX e início do XX. Com a presença de posseiros, estrangeiros e migrantes, conseguiu-se uma rápida ocupação da terra, com a predominância da monocultura (café e algodão), integrando o médio Paranapanema na vida econômica do Estado de São Paulo.
Conta sua história que Jacintho Ferreira de Sá vindo, de Santa Cruz do Rio Pardo, adquiriu de Dona Escolástica Melcheret da Fonseca uma vasta gleba de terras, quase a totalidade do atual município, tendo loteado a parte central da cidade e doado terreno para a construção de um grupo escolar e de uma igreja. Em seguida, em 1.906 deu-se o início do povoado com reduzido número de casas. Em 1.908 foi criado o Posto da Estrada de Ferro, que foi 04 anos mais tarde transformado em estação.
De pequeno povoado e Distrito Policial ligado à Santa Cruz do Rio Pardo, passou a pertencer em 1911 a Salto Grande de Paranapanema, elevando-se em 1.915, à categoria de Distrito de Paz. Três anos depois, devido ao seu crescimento econômico e populacional, bem como a constantes influências políticas, é emancipado, tornado-se assim município. Esse fato ocorreu legalmente em 13 de Dezembro de 1918, em documento assinado pelo Presidente da Província do Estado de São Paulo, Altino Arantes, entretanto, na prática, só passou a funcionar desta maneira em 20 de março de 1.919.
Em seguida, em junho de 1.919 torna-se paróquia sob a invocação do Senhor Bom Jesus, tendo à sua frente o Padre Adauto Rocha. Devido ao constante desenvolvimento, acaba se tornando sede da comarca, transferida que foi esta de Salto Grande para Ourinhos em 30 de novembro de 1.938, sendo de terceira entrância e com duas varas, apenas uma instalada. Dentre os primeiros moradores do município citam-se: Leonilda Sândano Cassetari, Josefina da Silva e Sá, Elvira Ribeiro de Moraes, Laudelina do Amaral, Manoel de Souza Soutello, Abuassali Abujamra, Ângelo Christoni, Isordino Cunha dentre outros e outras.
Origem do nome
Extraído do livro: "Ourinhos, memórias de uma cidade paulista"
Jefferson Del Rios (1992)
Um velho mapa de 1908 mostra a cidade de Ourinho (no singular), no Paraná, no lugar da atual Jacarezinho. Não é obra anônima ou de amador. Editado pela seção cartográfica do Estabelecimento Graphico Weiszflog Irmãos, de São Paulo, foi incluído como o Mappa da Viação Férrea de São Paulo mostrando a zona tributária da Sorocabana Railway Company no relatório da ferrovia. O mapa ainda não registra a existência de Ourinhos. Existe apenas o pontilhado vermelho indicando o trecho da estrada de ferro em construção entre Ipauçu e Salto Grande. O começo do nosso começo.
Apesar do trabalho detalhado dos irmãos Weszflog, há um falso mistério e algumas polêmicas entre historiadores municipais em torno desses nomes. Na realidade, a Ourinho paranaense foi também Nova Alcântara por escolha do seu fundador, o mineiro Antônio Alcântara da Fonseca, que se fixou naquelas terras em 1888. Jacarezinho era um distrito policial do município de Tomazina. Todas elas, pequenas e perdidas povoações. Jacarezinho é, originalmente, o nome de um rio e Ourinho, o de um riacho que vai dar o ribeirão Fartura, afluente do Paranapanema. Movia então a roda d'água da serraria de João Frutuoso de Melo Coelho, por volta de 1896. Em 1926 foi represado para servir de piscina pública. Hoje está canalizado na parte central da cidade.
Entre tantas denominações, o patrimônio de Nova Alcântara, ou Ourinho correu o risco de se chamar Costina, em homenagem ao fazendeiro e político Antônio José da Costa Júnior, que recusou a discutível honraria. Sua fazenda, aliás, chamava-se Ourinhos e, atravessando o Paranapanema, chegava até o lugar conhecido como Água do Jacu, atual bairro rural ourinhense. Nunca se estudou o fato, mas há a possibilidade de a fazenda ter ajudado a determinar o nome da cidade de Ourinhos.
Finalmente, a lei estadual 352, de 2 de abril de 1900, estabeleceu que Nova Alcântara (ou Ourinho) e o distrito policial de Jacarezinho fossem levados a termo (criação do judiciário) de Jacarezinho, nomeado juiz e adjunto de promotor. A Lei 525, de 9 de março de 1904, criou a comarca de Jacarezinho. Deixava de existir a Ourinho paranaense, ainda que os mapas seguissem por algum tempo a antiga denominação. Os trilhos da Sorocabana oficializaram por sua vez a Ourinhos paulista, que herdou o nome por tradição oral. Estava no caminho daquela outra, a do Paraná, e da fazenda de Costa Junior. É a hipótese mais viável.